Há um tempo atrás descobri uma técnica de estudo altamente aplicável à pessoas que além de quererem aprender um dado tópico nutrem algum desejo de produzirem algum conteúdo com base no que aprenderam. Trata-se do método "Zettelkasten", desenvolvido pelo sociólogo alemão Niklas Luhmann.
Grosso modo, é uma maneira de estabelecer conexões entre ideias capturadas em fichas através de um sistema de códigos. Originalmente Luhmann o fez de maneira manual, com fichas de cartolina e gavetas de um móvel destinado especificamente para este fim. Apesar de funcional atualmente dispomos de softwares que conseguem seguir os princípios mas de maneira muito melhor. Talvez o software que de longe é o mais usado é o "Obsidian" (gratuito).
Confesso que inicialmente me senti um pouco cético quanto à proposta, mas resolvi dar uma chance e experimentar. O próprio criador da "técnica/método" explicou em alguns textos todos os elementos que o compõe, mas ele foi mais recentemente popularizado em razão do livro: "El método zettelkasten - cómo tomar nota de forma eficaz para impulsar la escritura y el aprendizaje de estudiantes, académicos y escritores de no ficción" (eu li a versão em espanhol, mas há em inglês e alemão).
O "pulo do gato", no entanto, do método zettelkasten está na capacidade de estabelecer links com outras notas que fazem parte do seu acervo. Para isso, uma sacada importantíssima, que eu, pelo menos, não costumava fazer é ter as notas individualizadas, e não fixas em um arquivo só relativas à referência de onde ela foi tirada. Ao inserirmos em cada nota uma única ideia fica muito mais fácil e factível conectarmos ideias de diferentes fontes, que é a melhor maneira de construirmos conhecimento. Uma ideia "x" do autor Fulano pode se conectar com uma ideia "y" do autor Cicrano.
Não é minha intenção aqui expor o método, mas apenas indicar que essa técnica fez uma revolução na minha forma de estudar, pensar, e conectar ideias. Acredito que todo material publicado neste blog será tributário desta técnica, pois a utilizo para simplesmente tudo na minha forma de articular as referências mais improváveis entre si.